O dia mais antecipado por mim finalmente tinha chegado. O concerto de Sigur Rós realizava-se hoje á noite no Pavilhão Atlântico. Não podia estar mais ansioso! Depois de perder o concerto no Coliseu, não podia deixar escapar este de maneira alguma.
O concerto começou com um grupo de meninas islandesas(com um som tanto parecido com o de Sigur) Amiina, que nos facilitaram a transportação instantânea para um mundo completamente diferente, pacifico e sonoro.
Depois das Amiina foi a vez dos grandisosos Sigur Rós subirem ao palco por detrás de uma gigantesca cortina branca, fazendo movimentos de sombra entre a distorção de guitarras. 'Glósoli' foi o delirio e o extase geral que se fez ouvir no Pavilhão, como sendo a primeira música(logo após o belíssimo 'Intro').
A partir daí deixamo-nos levar pela beleza e sinceridade da voz de Jónsi Birgisson e a sua fantástica expressividade por meios tímidos e invulgares. Estando eu mesmo a um passo da grade na 2ª fila na plateia, pude observar os movimentos de mãos do vocalista enquanto cantava e ouvia a sua própria música. A sua paixão musical estava lá. Nunca vi um cantor tão emocionado e ao mesmo tempo apaixonado pelo que fazia ali mesmo, com apenas um microfone e uma voz para encantar.
Admito que ansiava pela 'Vidrar Vel Til Loftarasa' em que mostraram a mítica boneca de porcelana que se vê no video mítico e chocante que passou apenas na Sic Radical. Na minha opinião podiam colocar a parte do beijo entre os dois garotos, iria provocar uma tensão e uma beleza enorme á perfomance! Mas tudo bem, bastou para eu verter uma ou duas lágrimas admito. Acho que não há quem resista á sonoridade, beleza, obscuridade e complexidade de 'Vidrar'.
O público por vezes não respeitou a banda, se não gostam para que foram? Sigur Rós é uma banda extremamente complexa e diferente de tudo o que se já ouviu.
Por fim acabaram da mesma forma que começaram, atrás da cortina branca onde nos deixaram totalmente hipnotizados pelo jogo de luzes e guitarras distorcidas e todo aquele barulho frenético. Despediram-se repetidas vezes, por simpatia e profissionalismo. A tour de 'Takk' acaba assim em Portugal. Não foram nenhuns Anathema, que me puseram num estado hipnótico, mas estiveram lá perto.
Não percam um concerto de Sigur Rós. Custe o que custar. Isto sim...é música!
Nota final: 4.8/5
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